domingo, 25 de novembro de 2012

Black fraude' nas redes sociais

RIO – A Black Friday à moda brasileira acabou se transformando numa sexta-feira em que o preto foi a cor do desrespeito aos direitos dos consumidores. A data que prometia descontos polpudos, como acontece tradicionalmente nos Estados Unidos, deixou de saldo, além de R$ 200 milhões em negociações só no comércio eletrônico — o dobro do registrado em 2011, segundo e-Bit, empresa especializada em informação do setor — uma enxurrada de reclamações nas redes sociais e nos órgãos de defesa do consumidor sobre manipulação de preço. Nas redes sociais, a campanha logo ganhou um apelido: “Black fraude”
O volume de queixas levou o Procon-SP a notificar Extra (lojas física e na internet) e as lojas virtuais Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Wal-Mart, Saraiva e Fast Shop.
— A maior parte das empresas notificada agora é reincidente, ou seja, já foi autuada no ano passado, seja por ter comprovadamente manipulado preços para oferecer descontos aparentemente maiores, ou por se negar a apresentar documentos quando notificados. E nesses casos, se comprovarmos que houve efetivamente a quebra da boa-fé, as punições poderão ser mais severas, como suspensão temporária das atividades e até contrapropaganda, além da multa que pode chegar a R$ 6,5 milhões — informa o assessor-chefe do Procon-SP, Renan Ferraciolli, acrescentando que as empresas têm até o dia 30 para apresentar as respostas.
A manipulação de preços ocorre quando a empresa informa que praticava, antes da promoção, preço bem mais alto do que o produto de fato custava, para fazer parecer que o desconto é maior que o real.
Segundo o assessor-chefe do Procon-SP, Fast Shop, Wal-Mart, Ponto Frio, Extra, Magazine Luiza ainda estão discutindo administrativamente o pagamento da multa aplicada no ano passado:
— Mas o estado vai fazer de tudo para receber essas multas. Mais cedo ou mais tarde, elas terão que pagar.
O organizador do evento, o site Busca Descontos, também será notificado para que dê explicações sobre problemas que o consumidor teve ao não conseguir o acesso a sites de lojas. Os responsáveis pelo site informaram que ainda não receberam a notificação. Mas reconheceram que houve ofertas maquiadas e informaram ter bloqueado cerca de 500 delas.
“É lamentável que algumas lojas ainda insistam em fazer maquiagem de preço. Contamos com a ajuda dos consumidores nesse momento, para que denunciem as ofertas falsas”, informou em nota o presidente do Busca Descontos, Pedro Eugênio. Segundo Eugênio, os consumidores podem denunciar no site oficial da promoção ( www.blackfriday.com.br ), as ofertas irregulares no link “denuncie”.
Fonte: Globo.com

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