quinta-feira, 14 de maio de 2015

Itanhaém tem 3.013 casos de dengue confirmados, isso segundo a Prefeitura

O técnico de segurança do trabalho José Carlos Cassas, 61 anos, achava que sua mulher havia morrido de enfarte. Nesta quarta-feira (13) , porém, descobriu pela Reportagem que Irene de Paula Cassas, 54 anos, foi a primeira vítima fatal da dengue na Baixada e o primeiro caso confirmado da doença em Itanhaém.
Apesar de a morte ter ocorrido em 28 de fevereiro, a Administração Municipal não havia divulgado o caso, o que foi feito pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) na terça-feira. Na quarta à noite, procurado pela Reportagem, o próprio secretário de Saúde, Alder Ferreira Valadão, assumiu que a Prefeitura não teve interesse em divulgar essa informação antes, mesmo tendo confirmado a causa da morte em 16 de março. Vale ressaltar que a Reportagem pede, semanalmente, às prefeituras o balaço de casos de dengue.

“Para que vou divulgar um caso de morte por dengue? Qual o interesse nisso? Nós comunicamos o Estado e lá ninguém escondeu nada. Vocês querem chamar a atenção pra uma morte entre mais de 3 mil casos confirmados que evoluíram para melhora. A minha parte eu fiz. Deve ter acontecido algum erro de comunicação. Não sei por que a informação foi negada. Estou só há 30 dias na pasta”.

Itanhaém tem 3.013 casos de dengue confirmados, isso segundo a Prefeitura. 
Entenda o caso
O casal mudou de São Paulo para Itanhaém em agosto de 2014. Felizes, realizavam o sonho de decorar a casa a 250 metros da praia. Mas tudo foi interrompido.
José conta que numa segunda-feira a mulher queixou-se de dor no corpo. Achou que era gripe. Quando a situação piorou, já num sábado, ela já tinha passado por febre, diarreia e vômito. Deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) às 9h40 daquele sábado. Segundo o marido, estava com a pressão baixa e o médico avisou que trataria o caso como dengue, o que precisava se confirmar. Ela desmaiou duas vezes, suou frio e depois um médico falou ao marido que ela tinha enfartado e ficaria internada.
Segundo o secretário, às 10h30 foi solicitada vaga em outro hospital, mas antes de conseguir, ao meio-dia, o quadro piorou. Às 20h30 teve parada cardiorrespiratória e morreu meia hora depois. Ele diz que o quadro foi piorado por doenças crônicas anteriores.
Mesmo assim, o marido não entende a demora para revelar a real causa da morte. “Infelizmente, para mim não muda nada, pois ninguém vai reverter. Lógico que fico chocado, mas fazer o quê? Tínhamos quase 38 anos de casados e, de repente, isso. Gostaria sinceramente que casos semelhantes não viessem a ocorrer em outras famílias”. 
 

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