terça-feira, 16 de novembro de 2010

CDHU novo modelo....


Quinze andares com elevador, assistente social, mediador de conflitos e condomínio pago por até três anos. É a nova proposta de habitação da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que alterou a estrutura para atender a demanda da Região Metropolitana. No Grande ABC, a expectativa do governo estadual é construir projetos do modelo em Santo André e em São Bernardo.


Edifício seguindo os novos padrões vai ser construído no Jardim Santo André, conforme afirmou o secretário de Habitação do Estado, Lair Krähenbühl. O bairro com infraestrutura precária e alvo de ocupação irregular, aguarda há mais de 10 anos urbanização e remoção de famílias em área de risco. Mais de 9 mil famílias vivem no local e esperam posicionamento do poder público sobre melhorias na habitação. "Estamos fechando acordo com a Prefeitura até dezembro", garantiu.
Segundo o secretário, a verticalização de unidades habitacionais vai ser o modelCW20o adotado na grande metrópole. "Não é fácil o acesso a terrenos livres e de custo acessível para erguer novas moradias. A verticalização aproveita melhor a área", falou. "Santo André não foge dessa realidade. Nossos estudos apontam essa alternativa para o Jardim Santo André".
A partir de sete andares acima do solo os prédios devem possuir elevadores (os abaixo disso acompanham a topografia do terreno). O equipamento eleva em 10% o custo da obra e amplia 5% o tamanho do imóvel, conforme o secretário. "Com elevadores o condomínio também encarece e por isso temos de ter critérios para tocar o projeto."

TEMPO PARA CRESCER
Pelo novo modelo, o Estado pode arcar por até três anos com o valor do condomínio. Para baratear os custos com manutenção do elevador, o secretário avalia firmar contratos com garantia de cinco anos do equipamento.
De acordo com Krähenbühl, a proposta já foi enviada para a Prefeitura de São Paulo e vale também para Santo André. "O período vai permitir que as famílias se estruturem financeiramente melhor, assim podem futuramente arcar com os gastos".

MUDANÇA DE HÁBITOS

Nos próximos dias a Secretaria de Habitação lança edital para contratar empresa responsável pela gerência de condomínios. A terceirizada vai oferecer assistência social e até mediador de conflitos. A proposta do secretário é mudar a cultura dos novos condôminos. "Morar em apartamento é diferente que a situação em núcleos habitacionais. Existem taxas e regras", pontuou o gestor./CW

O modelo de gestão condominial é bem visto também pela secretária de Habitação de São Bernardo, Tássia Regino. A CDHU apresentou a ideia em reuniões recentes com o município. "A principal preocupação são as despesas com o condomínio. Famílias de baixa renda não podem arcar com valores mensais", salientou.

A secretária indicou a Vila Ferreira como possível bairro para a construção. "Parte do bairro foi urbanizada e a CDHU ainda deve construir unidades. É um ótimo local para servir de piloto", acredita.


Projeto será implantado no Jd.Santo André

O secretário de Habitação de Santo André, Frederico Muraro, explicou que o prédio que será construído no Jardim Santo André pode ter 15 andares. Além disso, o gestor afirmou ao lado do presidente da CDHU, Lair Krähenbühl, que o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para o bairro vai ser assinado até dezembro. Os gestores públicos participaram ontem do 8º Encontro Regional para Discussão do Plano de Habitação.

A proposta do edifício foi apresentada nas últimas reuniões entre Ministério Público e governos estadual e municipal. Muraro explicou que a estrutura abrigaria maior número de famílias que vivem em ocupações irregulares no local. "Assim não vai ser necessário remoção e conseguimos revolver o problema local", pontuou.

O promotor de Habitação e Urbanismo, Fábio Henrique Franchi, completou que o projeto minimizaria as dificuldades habitacionais de mais de 9 mil famílias que residem no local. "A remoção representa problema social grave, pois as pessoas estão habituadas à região. A melhor medida é a permanência das famílias no bairro", salientou.

Além disso, ele explicou que o edifício com elevador vai beneficiar pessoas com dificuldades de locomoção. "Imagine um idoso ter de subir escadas de sete andares segurando sacolas com compras", exemplificou o promotor.

O termo deveria ser assinado em setembro. Mas, de acordo com Franchi, Estado e Prefeitura não apresentaram o projeto de urbanização. "As duas esferas ainda têm de definir projeto e cronograma de obras", explicou.- RF

Condomínio caro preocupa futuros moradores

Camila GalvezbrDo Diário do Grande ABC

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